Imagine acordar em um mundo embaçado, onde os rostos mais amados estão sempre cobertos por uma nuvem. Essa é, em linhas gerais, a experiência de um cachorro com catarata. A condição, que é muito mais comum do que muitos tutores imaginam, pode afetar de forma significativa a qualidade de vida dos pets. A boa notícia? Com atenção aos sinais e acompanhamento veterinário, a catarata em cães tem tratamento e, em muitos casos, cura.

Neste artigo, vamos explicar em detalhes o que é catarata em cães, como identificá-la, quando procurar ajuda profissional e quais são as opções mais seguras de tratamento, inclusive a cirurgia de catarata em cachorro. Tudo em uma linguagem clara, base científica e a experiência clínica da equipe da SOS Peludos, especializada em pequenos animais e silvestres.

 

O que é catarata em cães?

 

A catarata é caracterizada pela opacificação progressiva do cristalino, uma estrutura localizada dentro do olho que atua como uma lente natural. Essa opacidade impede que a luz alcance corretamente a retina, levando à perda gradual ou total da visão.

Em condições normais, o cristalino é completamente transparente e permite uma visão nítida. No entanto, com o desenvolvimento da catarata, ele assume uma coloração branco-acinzentada ou azulada. Essa alteração pode ocorrer de maneira lenta ou rápida, dependendo da causa subjacente.

De acordo com Gelatt & Mackay (2005), a catarata representa mais da metade dos casos de cegueira em cães atendidos por oftalmologistas veterinários. Portanto, reconhecer os sinais precocemente é essencial para preservar a qualidade de vida do animal.

 

Como identificar os sinais da catarata em cachorro?

 

Na maioria das vezes, os sinais iniciais da catarata passam despercebidos pelos tutores. Ainda assim, alguns sintomas são comuns e devem servir de alerta:

• Primeiramente, observe se os olhos do seu cachorro estão ficando esbranquiçados ou azulados, especialmente na região central. Esse é um dos sinais clássicos da catarata.
• Em segundo lugar, verifique se o pet apresenta dificuldade para se orientar em ambientes com pouca luz ou à noite.
• Também é comum que o animal comece a trombar em objetos, pessoas ou mesmo em paredes, especialmente em espaços diferentes dos habituais.

Além disso, o comportamento do cachorro pode mudar: ele pode ficar mais inseguro, relutar em subir escadas ou demonstrar medo ao explorar novos lugares. Em alguns casos, o tutor nota que o animal evita brincar ou correr, como fazia antes.

Outro ponto importante é saber diferenciar a catarata da esclerose nuclear, uma condição natural do envelhecimento que também torna os olhos azulados, mas não prejudica a visão. Apenas uma avaliação oftálmica especializada pode confirmar o diagnóstico. 

Aqui na SOS Peludos temos veterinários especializados em oftalmologia veterinária, agende sua consulta pelo nosso Whatsapp.

 

Quais as causas da catarata em cães?

 

Diversos fatores podem desencadear a catarata em cães. Por isso, compreender cada um deles é essencial para prevenção e tratamento eficaz.

Em primeiro lugar, a predisposição genética é a principal causa de catarata em animais jovens. Cães de raças como Poodle, Cocker Spaniel, Golden Retriever, Buldogue Francês e Schnauzer apresentam maior risco. Nestes casos, a catarata pode surgir ainda na fase adulta jovem, independentemente de outras condições de saúde.

Outra causa bastante relevante é o diabetes mellitus. Estima-se que mais de 75% dos cães com diabetes desenvolvam catarata em até um ano após o diagnóstico, de acordo com Williams (2014). Isso ocorre porque os altos níveis de glicose no sangue provocam alterações metabólicas no cristalino, levando à sua opacificação.

Ademais, traumas oculares, como batidas, arranhões ou perfurações, também podem desencadear o desenvolvimento de catarata, especialmente se houver inflamação associada. A inflamação intraocular crônica, chamada de uveíte, pode ter várias causas (inclusive infecciosas) e é um fator de risco importante.

Outro ponto muitas vezes negligenciado é a consequência de doenças infecciosas, como a erlichiose canina, popularmente conhecida como “doença do carrapato”. Essa enfermidade pode desencadear processos inflamatórios nos olhos, incluindo uveítes e, posteriormente, levar à formação de catarata.

Por fim, o envelhecimento natural também é uma causa comum, principalmente em cães com mais de 8 anos. Nesses casos, a catarata pode evoluir lentamente e comprometer a visão de forma gradual.

 

Catarata em cachorro tem cura?

 

Sim, a boa notícia é que a catarata em cachorro tem cura. No entanto, é importante entender que a cura só é possível por meio de intervenção cirúrgica. Até o momento, não há colírios ou medicamentos orais cientificamente comprovados que revertam a opacidade do cristalino.

Por outro lado, é possível controlar algumas causas associadas, como o diabetes, para retardar o avanço da doença e preparar o pet para uma eventual cirurgia.

 

Quando levar seu pet ao veterinário?

 

A qualquer sinal de alteração na cor ou no brilho dos olhos, dificuldade de enxergar ou mudança no comportamento visual, é fundamental procurar atendimento veterinário. Não se deve esperar a perda total da visão para agir.

Na SOS Peludos, contamos com especialistas em oftalmologia veterinária com agendamento de consulta pelo nosso Whatsapp, o que permite o diagnóstico precoce e seguro da catarata em cães e cirurgias. Quanto mais cedo o tratamento é iniciado, maiores são as chances de preservar ou recuperar a visão do animal.

 

Cirurgia de catarata em cachorro: como funciona?

 

A cirurgia de catarata é considerada um procedimento altamente eficaz. A técnica mais comum é a facoemulsificação, que também é amplamente utilizada na oftalmologia humana. Durante o procedimento, o cristalino danificado é fragmentado e aspirado, sendo substituído por uma lente intraocular artificial.

A cirurgia acontece com anestesia geral e exige uma avaliação pré-operatória criteriosa. Para isso, exames como ultrassonografia ocular e eletrorretinografia ajudam a verificar a integridade da retina e garantir que a visão do cão possa ser restaurada após a cirurgia.

Segundo Gelatt & Stein (2011), a taxa de sucesso do procedimento é superior a 90% quando o paciente é bem selecionado e o pós-operatório é seguido corretamente.

Cães submetidos à cirurgia de catarata geralmente apresentam uma notável melhora na qualidade de vida. Muitos deles retomam comportamentos antigos, voltam a brincar, correr e interagir com mais confiança.

Contudo, o sucesso da cirurgia depende também do comprometimento do tutor com o pós-operatório. O uso de colírios anti-inflamatórios, o controle da exposição à luz e o retorno regular ao veterinário são fundamentais para evitar complicações.

Embora a catarata em cães seja uma doença oftalmológica séria, ela não precisa significar o fim da autonomia visual do seu pet. Com o apoio de profissionais especializados, é possível diagnosticar precocemente, tratar com segurança e, em muitos casos, devolver a visão ao seu companheiro.

Na SOS Peludos, acreditamos que ver bem é viver melhor. Agende uma avaliação com nossa equipe e cuide da saúde ocular do seu melhor amigo.

 

Fontes consultadas:

• Gelatt, K. N., & Mackay, E. O. (2005). Prevalence of primary breed-related cataracts in the dog in North America. Veterinary Ophthalmology.
• Gelatt, K. N., & Stein, L. (2011). Surgical management of canine cataracts. Veterinary Clinics: Small Animal Practice.

Williams, D. A. (2014). Cataracts in diabetic dogs: Incidence and implications. Veterinary Ophthalmology Review.