Cobras de Estimação: Guia Completo para Criar Serpentes
As cobras de estimação vêm se tornando uma escolha fascinante e cada vez mais popular para aqueles que buscam pets exóticos. Diferentes de cães e gatos, as serpentes oferecem uma experiência única para quem aprecia seu comportamento silencioso e enigmático. Contudo, adotar uma cobra exige conhecimento sobre cuidados diários, espécies adequadas e visitas regulares ao veterinário.
Se você está pensando em ter uma cobra de estimação, este guia completo vai ajudar a entender como funciona a criação de serpentes domésticas, quais são as melhores espécies, o que elas comem, e como cuidar da saúde desse pet exótico.
Cobras de Estimação: Uma Escolha Exótica e Fascinante
Ter uma cobra como pet é uma experiência fascinante, que atrai pessoas interessadas em animais únicos. No entanto, é importante entender que cobras de estimação têm necessidades muito diferentes de cães ou gatos. Por isso, antes de tomar a decisão de adotar uma serpente, é crucial saber mais sobre os cuidados diários, a dieta e os aspectos legais da criação de répteis.
Mas por que ter uma cobra de estimação? As cobras são silenciosas, não requerem muita interação e, quando bem cuidadas, podem viver por muitos anos, algumas até ultrapassando duas décadas. São ideais para quem busca um animal que não precisa de atenção constante, mas que ainda assim oferece uma convivência fascinante.
Agora que você está atento às vantagens, vamos explorar quais cobras podem ser mantidas como pets?
Quais Cobras Podem Ser de Estimação?
A escolha da espécie é uma das decisões mais importantes ao adquirir uma cobra. Algumas espécies são mais recomendadas para iniciantes, enquanto outras exigem mais experiência e manejo. Separamos um Top 5 das principais cobras de estimação e as características que as tornam boas escolhas:
1. Corn Snake (Cobra do Milho)
A Cobra do Milho é uma das mais populares entre iniciantes, sendo conhecida por seu temperamento dócil e facilidade de manejo. Nativa dos Estados Unidos, ela é uma espécie de porte médio, atingindo até 1,5 metros de comprimento. Suas cores vibrantes em tons de laranja e marrom são um atrativo, e o comportamento calmo faz com que seja fácil de manipular.
Outro ponto positivo é sua alimentação simples: camundongos congelados. Além disso, a cobra do milho requer um ambiente controlado em temperatura e umidade, mas sem grandes complicações, o que a torna ideal para quem está começando no mundo dos répteis.
2. Ball Python (Píton Bola)
A Píton Bola é famosa por seu comportamento tranquilo e sua tendência a se enrolar em forma de bola quando se sente ameaçada — daí seu nome. Com origem na África, essa espécie tem um crescimento moderado, podendo chegar a 1,8m de comprimento, e vive entre 20 e 30 anos em cativeiro.
Além de seu tamanho acessível, a Píton Bola é conhecida pela ampla variedade de padrões e cores, fruto de diferentes linhagens criadas em cativeiro. Elas se alimentam de pequenos roedores e precisam de um terrário bem climatizado, com áreas de aquecimento e locais de sombra.
3. King Snake (Cobra Rei)
A Cobra Rei é outra ótima opção para criadores iniciantes e intermediários. Elas podem crescer até 1,5 metros e são conhecidas pela resistência e fácil adaptação ao cativeiro. Suas cores chamativas, que podem incluir faixas de preto, branco e amarelo, também são um atrativo para muitos criadores.
O nome “cobra rei” vem do fato de que, na natureza, essa espécie pode se alimentar de outras cobras. No entanto, em cativeiro, sua dieta é composta de pequenos roedores, e sua facilidade de manejo faz com que seja um dos répteis mais indicados para quem quer uma experiência tranquila.
4. Milk Snake (Cobra do Leite)
Com uma coloração vibrante em vermelho, preto e branco, a Cobra do Leite é muitas vezes confundida com a coral, uma serpente venenosa. No entanto, a Cobra do Leite é completamente inofensiva. Ela atinge entre 1 e 1,2 metros de comprimento e tem um temperamento calmo, o que a torna uma excelente opção para quem busca uma cobra exótica, mas fácil de cuidar.
Em termos de alimentação, a Cobra do Leite também se alimenta de pequenos roedores, como camundongos e ratos, e exige um ambiente controlado em temperatura e umidade para garantir seu bem-estar.
5. Cobra Jibóia
A Jibóia é uma das cobras mais imponentes que podem ser mantidas como pets, com alguns exemplares atingindo até 4 metros de comprimento. Embora seja maior e exija mais espaço, a Jibóia tem um temperamento surpreendentemente calmo. Ela precisa de um terrário espaçoso e com umidade controlada, além de esconderijos para se sentir segura.
Por ser maior, sua alimentação inclui presas de porte maior, como ratos adultos ou coelhos. Apesar de ser uma espécie recomendada para criadores mais experientes, a Jiboia é um excelente pet para quem já está familiarizado com as serpentes.
Como Funciona a Aquisição de Cobras de Estimação?
Antes de adotar uma cobra, é essencial entender o processo de aquisição. Existem normas legais para a compra e criação de serpentes, variando de acordo com o país e a região. No Brasil, por exemplo, você deve adquirir sua cobra de criadouros legalizados pelo IBAMA, garantindo que o animal tenha origem legal e sustentável.
Ao adquirir uma cobra, verifique se ela está saudável, com olhos claros, pele sem marcas ou lesões, e comportamento ativo. Além disso, peça orientações ao criador sobre os cuidados necessários e a alimentação da espécie.
O Que Cobra Come? A Dieta das Cobras de Estimação
Um dos maiores desafios para os novos criadores de cobras é a alimentação. As cobras são carnívoras, o que significa que elas se alimentam de presas inteiras, como ratos, camundongos ou pequenos pássaros, dependendo da espécie. A alimentação de cobras de estimação deve ser adaptada ao seu tamanho e idade.
Mas de modo geral, é importante saber que:
- Cobras pequenas: Geralmente, alimentam-se de camundongos, ratos pequenos ou filhotes de codorna.
- Cobras maiores: Precisam de presas maiores, como ratos adultos ou coelhos pequenos.
- Frequência: A frequência de alimentação varia conforme a espécie e a idade. Filhotes geralmente comem uma vez por semana, enquanto adultos podem comer a cada duas ou três semanas.
Lembre-se de nunca oferecer comida viva, pois pode causar ferimentos na cobra. Opte sempre por oferecer presas já abatidas e congeladas, que podem ser descongeladas antes de serem servidas.
Cuidados Diários com Cobras de Estimação
Manter uma cobra de estimação saudável requer mais do que apenas alimentação correta. Embora as cobras sejam pets relativamente independentes, o ambiente em que elas vivem deve ser adaptado às suas necessidades, garantindo que tenham o clima, umidade e espaço adequados. Por isso, separamos os 3 principais cuidados diários com ambiente que todo tutor de serpente precisa ter:
Terrário
O terrário é o ambiente onde sua cobra passará a maior parte do tempo, e seu correto dimensionamento e configuração são fundamentais para o bem-estar do animal. Aqui estão os principais pontos a considerar:
- Tamanho do Terrário: O tamanho do terrário deve ser proporcional ao comprimento da cobra. Cobras menores, como a Corn Snake, podem viver confortavelmente em terrários de 70 a 100 litros. Já as cobras maiores, como a Jiboia, precisam de espaços maiores, de até 200 litros ou mais.
- Substrato: O substrato (material no fundo do terrário) deve imitar o ambiente natural da cobra. Para espécies como a Píton Bola e a Cobra do Milho, recomenda-se o uso de papel jornal, folhas secas ou substratos próprios para répteis. Evite substratos que possam causar ingestão acidental, como areia.
- Esconderijos: As cobras são animais que gostam de se sentir seguras. Portanto, é essencial fornecer esconderijos. Coloque pelo menos dois: um na área mais quente do terrário e outro na parte mais fria. Eles podem ser feitos de madeira, pedras ou materiais sintéticos, desde que não apresentem risco de ferimentos.
Temperatura e Umidade
Manter a temperatura adequada no terrário é vital para o metabolismo da cobra. Como répteis, as cobras não regulam a temperatura corporal internamente, dependendo do ambiente para se aquecer ou resfriar.
- Área de Aquecimento: O terrário deve ter um “ponto quente” onde a cobra possa se aquecer. A temperatura dessa área deve variar entre 28°C e 32°C para a maioria das espécies, podendo ter ajustes conforme a necessidade da espécie específica.
- Área de Refrigeração: Além da área quente, o terrário também deve ter uma área mais fria, onde a temperatura esteja entre 22°C e 25°C, para que a cobra possa regular sua temperatura corporal conforme necessário.
- Iluminação: Embora muitas cobras não necessitem de luz UV como outros répteis, um ciclo de luz e escuridão é importante para manter seu ritmo biológico. Uma lâmpada que simula a luz do dia durante 12 horas e mantenha o terrário escuro durante as outras 12 horas ajuda a garantir esse ciclo.
Além disso, o controle da umidade é outro aspecto essencial para muitas espécies de cobras. A falta de umidade pode resultar em problemas como dificuldades na troca de pele, enquanto um excesso pode causar infecções fúngicas.
- Umidade Ideal: Para a maioria das cobras de estimação, uma umidade entre 40% e 60% é adequada. Mas espécies como a Jiboia podem exigir níveis de umidade mais elevados, em torno de 70% a 80%. Por isso, sempre converse com um veterinário especialista em silvestres para criar o ambiente ideal.
- Monitoramento da Umidade: Use hidrômetros (medidores de umidade) para manter os níveis controlados. Você pode ajustar a umidade borrifando o terrário com água periodicamente ou adicionando uma tigela de água maior. Além disso, certifique-se de que o substrato também retenha a umidade adequada sem encharcar.
Limpeza e Higiene
Como todo animal, as cobras precisam do seu ambiente limpo para evitar doenças e garantir um ambiente saudável para sua cobra. Para isso, saiba que:
- Limpeza Regular: O terrário deve ser limpo semanalmente, removendo fezes, restos de comida e trocando a água. Além disso, deve-se fazer uma limpeza profunda mensal, com desinfetantes seguros para répteis, para evitar o acúmulo de bactérias.
- Troca de Água: A tigela de água deve ser limpa diariamente, pois as cobras também usam a água para se hidratar e, em alguns casos, até para ajudar na troca de pele.
Manuseio Adequado
Embora as cobras de estimação possam ser manuseadas, é importante respeitar seu comportamento e limites. O manuseio frequente pode estressá-las, especialmente durante os períodos de alimentação e troca de pele.
- Como manusear: Sempre segure a cobra com suavidade, suportando seu corpo por inteiro. Não faça movimentos bruscos e evite pegá-la pela cabeça, pois isso pode assustá-la.
- Quando manusear: O melhor momento para manusear sua cobra é quando ela estiver calma e fora dos períodos de alimentação ou troca de pele.
Saúde e Prevenção: Quando Levar a Cobra ao Veterinário
Mesmo sendo pets de baixo contato, as cobras podem desenvolver problemas de saúde que exigem atenção veterinária. Infecções respiratórias, dificuldades na troca de pele e falta de apetite são alguns dos sinais de que sua cobra precisa de ajuda.
Portanto, recomenda-se que o tutor traga a cobra para consulta veterinária pelo menos uma vez por ano para um check-up, além de visitas sempre que notar comportamentos anormais. Veterinários especializados em animais silvestres são os mais indicados para cuidar da saúde de serpentes de estimação e você pode marcar a consulta aqui na SOS Peludos pelo nosso whatsapp.