Imagine que seu gato, sempre ativo e brincalhão, começa a apresentar sinais de cansaço, perde o apetite e fica cada vez mais quieto. Você traz para consulta veterinária e recebe um diagnóstico inesperado: FeLV, a leucemia felina. Esse vírus, muitas vezes silencioso nos estágios iniciais, pode comprometer seriamente a saúde do seu peludo. Mas o que exatamente é a FeLV? Como identificar os primeiros sinais? Existe tratamento? E se um gato for diagnosticado como positivo, ele ainda pode ter qualidade de vida?

Neste artigo, vamos explicar de forma clara e detalhada tudo o que você precisa saber sobre a FeLV, desde sua transmissão e sintomas até a prevenção e os cuidados necessários para um gato positivo. Entender a doença é o primeiro passo para proteger seu pet e garantir que ele tenha a melhor qualidade de vida possível.

 

O que é FeLV?

 

A FeLV, sigla para Feline Leukemia Virus, é uma infecção viral que afeta gatos domésticos e, em alguns casos, felinos selvagens. Esse vírus pertence à família dos retrovírus, a mesma dos vírus que causam a AIDS felina (FIV) e o HIV em humanos. Ele se instala no organismo do gato e compromete a produção de células sanguíneas saudáveis, enfraquecendo o sistema imunológico. Com isso, o gato se torna mais suscetível a infecções, doenças crônicas e até mesmo tumores.

O vírus é transmitido principalmente pelo contato direto entre gatos, através da saliva, do compartilhamento de comedouros e bebedouros, lambeduras mútuas e mordidas. Além disso, a transmissão pode ocorrer da mãe para os filhotes durante a gestação ou a amamentação. Por isso, gatos que vivem em colônias ou que têm acesso à rua estão mais expostos ao risco de infecção.

De acordo com um estudo publicado no Journal of Feline Medicine and Surgery, a prevalência da FeLV em gatos domésticos varia entre 2% e 3%, mas esse número pode ser muito maior em gatos de abrigo ou que vivem em condições de aglomeração.

 

FeLV – Sintomas: como identificar a doença?

 

Nos estágios iniciais, a FeLV pode ser completamente assintomática, o que torna seu diagnóstico um desafio. No entanto, conforme a doença avança, começam a surgir sinais clínicos que podem ser confundidos com outras enfermidades. Entre os sintomas mais comuns estão:

• Letargia e cansaço excessivo, mesmo após pequenas atividades.
• Perda de peso progressiva, muitas vezes sem causa aparente.
• Infecções recorrentes, como problemas respiratórios, inflamações gengivais ou infecções de pele.
• Problemas gastrointestinais, como diarreia persistente e vômitos.
• Anemia, percebida pela palidez das gengivas e fraqueza intensa.
• Desenvolvimento de linfomas e outros tumores.

Se o seu gato apresentar qualquer um desses sinais, é fundamental trazê-lo para consulta veterinária e exames laboratoriais. O diagnóstico da FeLV pode ser feito por meio de testes como o ELISA, que detecta a presença do vírus no sangue, e o PCR, que confirma infecções ativas.

 

Prevenção para FeLV: existe vacina?

 

A melhor forma de proteger seu gato contra a FeLV é a vacinação. Existem vacinas específicas que oferecem uma proteção significativa, especialmente para gatos que têm contato com outros felinos. A vacinação deve ser feita inicialmente quando o gato ainda é filhote, com reforços periódicos ao longo da vida, conforme a orientação veterinária.

Além da vacinação, algumas medidas preventivas são essenciais para reduzir o risco de contaminação:

• Evite que seu gato tenha contato com felinos desconhecidos, especialmente se ele costuma sair de casa.
• Teste novos gatos antes de introduzi-los no ambiente doméstico, garantindo que estejam livres da FeLV.
• Mantenha o ambiente do seu gato limpo, evitando a contaminação por saliva ou secreções de outros animais.
• Traga seu gatinho regularmente para consultas e check-ups com exames preventivos.

De acordo com um estudo publicado na Veterinary Microbiology (Hartmann, K. (2006). Clinical aspects of feline retroviruses), a vacina contra FeLV tem uma eficácia superior a 80%, sendo uma aliada fundamental na proteção contra a doença.

 

Adoção de gatos FeLV positivo: é possível?

 

A resposta é sim. Gatos diagnosticados com FeLV podem ter uma vida plena e feliz, desde que recebam os cuidados adequados. Embora o vírus comprometa o sistema imunológico, muitos gatos positivos vivem por anos sem apresentar sintomas graves.

Se você está pensando em adotar um gatinho FeLV positivo, é importante estar ciente dos cuidados necessários:

• O gato deve viver em um ambiente seguro e controlado, sem contato com outros felinos não infectados, para evitar a disseminação do vírus.
• A alimentação deve ser de alta qualidade, com uma dieta equilibrada e rica em nutrientes para fortalecer o sistema imunológico.
• O acompanhamento veterinário deve ser frequente, com check-ups regulares e exames para monitoramento da saúde.
• É importante a redução máxima do estresse, pois situações de ansiedade e nervosismo podem agravar a condição do gato.

A adoção de um gato FeLV positivo é um ato de amor e responsabilidade. Com os cuidados certos, ele pode viver anos com qualidade de vida, retribuindo todo o carinho que recebe.

A FeLV é uma doença séria e silenciosa, que pode comprometer a saúde e a expectativa de vida dos gatos. No entanto, com diagnóstico precoce, medidas de prevenção e cuidados contínuos, é possível minimizar os impactos do vírus e garantir o bem-estar do animal.

Se você tem um gato, vacine-o e realize exames periódicos para detectar qualquer alteração. Se deseja adotar um gato FeLV positivo, saiba que, com os devidos cuidados, ele pode ser um excelente companheiro, cheio de amor e alegria para oferecer.

Precisa de orientação veterinária sobre FeLV? Traga seu pet para consulta aqui na SOS Peludos, ou peça orçamento de vacinas pelo nosso WhtasApp: (11) 9 9556-2908!