
Furão de estimação: tudo o que você precisa saber antes de ter um
Imagine um animalzinho travesso, curioso, cheio de energia e com uma personalidade forte. Um pequeno explorador, capaz de transformar uma simples gaveta esquecida em uma grande aventura. Assim é o furão de estimação — um pet exótico que vem ganhando espaço nos lares brasileiros. Mas antes de se encantar com seus olhos espertos e jeito brincalhão, é essencial entender tudo o que envolve a guarda responsável dessa espécie.
Por isso, neste artigo você vai descobrir:
- Como é a natureza do furão e suas características comportamentais;
- Quais os principais cuidados com furão em casa;
- Como preparar o ambiente ideal;
- Do que o furão se alimenta;
- Prevenção de doenças e atenção à saúde;
- E ainda curiosidades como: furão morde? Quanto custa? É permitido no Brasil?
Prepare-se para conhecer em profundidade esse pet fascinante.
O que é um furão de estimação?
O furão (Mustela putorius furo) é um mamífero da família dos mustelídeos, domesticado há mais de dois mil anos. Originalmente usado para caçar roedores em fazendas, hoje é criado como animal de companhia em vários países.
Ele é pequeno, pesando entre 0,8 e 2 kg, e mede cerca de 30 a 50 cm de comprimento. Possui corpo alongado, flexível e pelagem densa, geralmente clara, com olhos vivos e comportamento hiperativo. Enquanto sua expectativa de vida varia entre 6 e 10 anos.
Apesar da aparência fofa, não se engane: furões têm instintos caçadores, comportamento independente e precisam de interação constante para se manterem saudáveis mentalmente.
Cuidados com furão: o ambiente ideal
Furões não podem viver soltos sem supervisão, nem presos o tempo todo. O ideal é oferecer um ambiente rico e seguro, que permita explorar, descansar e brincar.
Eles são especialistas em escapar por frestas, buracos e tubos. Portanto, a casa precisa ser literalmente “à prova de furão”. Por exemplo: bloqueie vãos sob eletrodomésticos, verifique armários e não deixe objetos pequenos ou perigosos ao alcance.
O espaço do furão deve incluir:
- Uma gaiola ampla ou cercado seguro;
- Redes para descanso (eles adoram!);
- Caixas, tubos e brinquedos para explorar;
- Caixa de areia para necessidades (sim, eles aprendem!);
- Tempo livre supervisionado diariamente (ao menos 4h/dia).
Segundo a American Ferret Association (AFA, 2021), ambientes enriquecidos reduzem comportamentos estereotipados, estimulam a saúde mental e previnem doenças como estresse crônico.
Do que o furão se alimenta?
Uma das maiores causas de doença em furões é a alimentação inadequada. Esses animais são carnívoros estritos, ou seja, sua dieta deve ser rica em proteínas e gorduras de origem animal, com baixíssimo teor de carboidratos.
O ideal é oferecer rações específicas para furões, que são formuladas com alto valor biológico. No Brasil, essas opções são escassas, mas é possível importar ou adaptar com apoio veterinário.
Evite completamente:
- Frutas e vegetais;
- Doces e laticínios;
- Ração de gato (não é balanceada para furões);
- Alimentos humanos.
Conforme destaca Johnson-Delaney (2006), dietas ricas em carboidratos estão associadas a casos de insulinoma, uma das principais doenças metabólicas em furões.
Por fim, a dieta natural também pode ser considerada, desde que supervisionada por um veterinário especializado, pois exige cuidado com proporções, suplementações e higiene.
Doenças comuns e saúde preventiva
Embora sejam um animais ativos e resistentes, furões precisam de acompanhamento veterinário regular. Algumas doenças comuns incluem:
- Insulinoma: tumor no pâncreas que causa hipoglicemia com sintomas como fraqueza e convulsões.
- Doença adrenal: alteração hormonal que leva à perda de pelos, agressividade e prurido.
- Cinomose: letal em furões. Contudo, a prevenção é possível com vacina específica.
- Gastroenterites: inflamações intestinais por parasitas, bactérias ou dieta errada.
A prevenção é sempre o melhor caminho:
- Realize consultas anuais;
- Mantenha vacinações em dia;
- Realize vermifugações frequentes;
- Ofereça alimentos apropriados;
- Observe mudanças de comportamento.
A SOS Peludos conta com equipe especializada em medicina de animais silvestres e pode acompanhar seu furão ao longo de toda a vida. Agende sua consulta pelo no whatsapp!
Qual o preço de um furão no Brasil?
O preço de um furão de estimação pode variar entre R$ 4.000 e R$ 8.000, dependendo da linhagem, idade e criador. Além disso, é essencial adquirir o animal de um criadouro autorizado pelo IBAMA, o órgão que regulamenta a criação e posse de animais silvestres no Brasil.
Mas os custos não param por aí. Inclua no orçamento:
- Consultas com veterinários especializados;
- Castração (altamente recomendada);
- Vacinações específicas (como contra cinomose);
- Gaiola ou cercado adaptado;
- Alimentação de qualidade;
- Acessórios e brinquedos;
- Eventuais tratamentos de saúde.
Ter um furão exige planejamento financeiro e responsabilidade com o bem-estar do animal.
Socialização: como interagir com seu furão?
Furões são muito sociais e, quando bem socializados, desenvolvem laços profundos com seus tutores. Gostam de brincar, interagir e podem ser treinados para usar a caixa de areia ou fazer pequenos truques.
Porém, têm um ritmo próprio: dormem cerca de 16 a 18 horas por dia e são mais ativos no amanhecer e entardecer. A convivência deve respeitar esse ciclo natural.
Se houver outros pets em casa, faça apresentações gradativas. Cães e gatos nem sempre aceitam o furão de imediato. Por isso, a supervisão é essencial nos primeiros encontros.
Curiosidades antes de ter um furão de estimação
- Furões emitem sons específicos, como “dook” (quando estão felizes) e “hiss” (quando estressados);
- O nome “furão” vem do latim furittus, que significa “ladrãozinho” — por esconder objetos em tocas;
- Conseguem passar por frestas de até 2,5 cm;
- Mudam a pelagem de acordo com a estação.
Furão morde?
Essa é uma dúvida comum e merece atenção. E sim, furões podem morder, principalmente quando são filhotes ou estão estressados. A mordida faz parte da comunicação entre eles, mas com a socialização correta, esse comportamento tende a ser reduzido.
Entretanto, é importante lembrar que não se trata de um comportamento agressivo por natureza, e sim de um instinto. Isso porque filhotes costumam “testar” o mundo com a boca, e adultos podem morder por medo ou dor. O manejo gentil, interação frequente e reforço positivo são fundamentais.
Um estudo publicado no Journal of Exotic Pet Medicine (Rupley, 2011) mostra que furões socializados e manipulados diariamente apresentam baixíssimos níveis de agressividade. Portanto, o segredo é a convivência respeitosa e paciente desde cedo.
Ter um furão de estimação é uma experiência única, mas que exige preparo, conhecimento e comprometimento. Com o ambiente adequado, alimentação correta, prevenção de doenças e acompanhamento veterinário regular, é possível proporcionar uma vida longa e feliz ao seu pequeno explorador.
Se você está pensando em adotar um furão de estimação ou já tem um em casa, conte com a equipe da SOS Peludos para cuidar da saúde do seu pet. Nossos especialistas em silvestres estão prontos para oferecer o melhor atendimento com carinho e competência.
Fontes:
- Rupley, A.E. (2011). Basic Ferret Medicine. Journal of Exotic Pet Medicine.
- Johnson-Delaney, C.A. (2006). Ferret Nutrition. Veterinary Clinics of North America.
- Hillyer, E.V. & Quesenberry, K.E. (2012). Ferrets, Rabbits and Rodents.
- American Ferret Association (2021). Ferret Care Guidelines.
- SILVA, J.M. (2020). Comportamento e manejo de furões domesticados. Universidade de São Paulo.